Recenmente a mídia Forbes publicou um artigo lúcido intitulado 7 dicas para implementar a IA Generativa em sua organização em tradução livre. Transcrevemos os pontos altos da matéria e acrescentamos nossas impressões abaixo. Não deixem de ler o artigo original porque vale a pena. Ao longo do texto, vamos explorar estas 7 dicas no sentido de aproveitar estes alicerces para a compreensão do que é a IA nas grandes empresas.
Para começo de conversa eles frisam que a IA Generativa é uma Ferramenta e não um Substituto para Humanos. Na prática sabemos que uma ferramenta que adiciona ganho de produtividade fatalmente substitui humanos, mas o excesso de julgamentos que se cria em busca de defender o emprego burocrático, repetitivo e corriqueiro não é suficiente para derrubar a utilidade das ferramentas de IA.
É preciso que o imenso potencial do cérebro humano seja usado para criar, posto que a IA não tem criatividade. Ela é uma combinação de padrões vindos de uma massa de dados imensa, tanto é que uma das maiores críticas sobre a ferramenta é quando ela entrega respostas delirantes e bem escritas, induzindo o leitor a achar que é real.
De qualquer forma, existe uma casta de criativos em pânico com as possibilidades que ela oferece. Ainda assim temos que defender os humanos, pois a criatividade está no futuro e a IA só entende de passado. Jamais vai criar um poesia realmente consistente, uma letra de música que não seja uma simples colcha de retalhos.
A IA Generativa não fará o trabalho de quem pensa, IA generativa será usada para realizar nossos trabalhos de forma mais eficaz. Para automatizar ou simplificar tarefas mais repetitivas e rotineiras (RPA já vinha fazendo muito disso).
O tempo humano liberado para tarefas que exploram mais o potencial do cérebro. A IA generativa não substituirá a necessidade de talentos muito humanos como criatividade, resolução de problemas e construção de relacionamentos. Tornará o trabalho estrutural menos pesado para os humanos. Ítens como planejamento, brainstorming, variações sobre um mesmo tema, pesquisa, adequação, tradução, deixam de ser um fardo em matéria de tempo e ganho atalhos. Isso mesmo, IA são atalhos de produtividade.
Cultura e Mindset Adequados
Adotar a IA generativa com sucesso requer uma mudança na cultura e mentalidade. Requer uma mindset que abrace a curiosidade, humildade, adaptabilidade e colaboração – o que eu chamo de mentalidade da IA generativa. Ou seja, julgar menos e usar mais adequadamente. Toda revolução tecnológica até exigiu a melhor das capacidades humanas: o bom senso!
A mentalidade da IA generativa deve ser abraçada pela alta direção e ir sendo distribuída por toda a organização, senão, só serve para tirar empregos que precisarão ser retomados logo adiante. É precisa uma cultura organizacional onde as pessoas desafiem continuamente o status quo de certas funções, estejam confortáveis com a mudança mesmo com o risco do fracasso, não tenham medo de testar e estejam abertas a criar novos processos. Estamos falando de uma cultura que una o melhor do talento humano: “Como podemos cgerando mais valor para os clientes usando IA?” “Como podemos criar mais valor para o mundo?” e “Como podemos usar a tecnologia para isso?”
Invista em Habilidades e Talentos Adequados
Esqueça o conflito de gerações. A ideia de que a geração X, Y ou Z são melhores para isso ou aquilo está descartada. Pessoas que pensam e que desenvolvem conceitos úteis para a empresa e para humanidade são mais úteis para os sofres das empresas do que as que nutrem conceitos que atendem só aos cofres.
Em termos de habilidades e talentos, entregue a IA aos que se empenham em descobrir o que ainda precisamos fazer por nós mesmos e o que é melhor deixar para as máquinas – esta habilidade envolve o bom senso diretamente.
Um termo interessante e útil que a matéria da Forbes entregou foi a “delegação de IA”, a arte de escolher pessoas que saberão fazer bom uso das tecnologias diponíveis.
Para alcançar sucesso na integração da inteligência artificial (IA), é essencial delegar tarefas repetitivas, como entrada de dados, análise e gestão de documentos, a fim de liberar tempo para atividades que exigem pensamento estratégico e criatividade. Além disso, é crucial desenvolver habilidades complementares que potencializem a colaboração entre humanos e máquinas, valorizando competências como empatia, tomada de decisões complexas e pensamento crítico. Embora seja importante investir em conhecimentos de IA em toda a organização, recrutar talentos específicos nem sempre é necessário, pois a capacitação dos colaboradores existentes e parcerias estratégicas podem ser alternativas acessíveis e eficazes
Considere Nomear um Diretor de IA (CAIO)
Não é um exagero, é uma revolução de processos. CAIO é um diretor de inteligência artificial, ou CAIO, do inglês chief artificial intelligence officer (E dá-lhe siglas de TI). É uma posição de nível executivo que promova uma melhor conscientização sobre IA em toda a empresa (especialmente na equipe de liderança), supervisione a estratégia de IA da organização e garanta que a IA esteja sendo usada de forma ética e eficaz. É preciso que seja um executivo com poder de decisão dentro da empresa.
Se CAIO não for uma opção em sua organização, considere um especialista em IA como diretores não executivos. É importante que a empresa não seja mesquinha diante de uma revolução. É possível manter um CAIO em nível de conselheiro ou consultor.
Analise Suas Necessidades de Dados
Ao considerar os dados que ajudarão você a aproveitar a IA generativa, foque nos dados que resolverão seus maiores problemas de negócios e ajudarão a alcançar seus objetivos estratégicos. Além disso, pense na vida útil desses dados. Embora seja útil entender o que aconteceu em sua empresa na semana passada ou no ano passado, é ainda mais importante entender o que está acontecendo em sua empresa agora. Portanto, pense em como capturar e agir sobre as informações à medida que acontecem – ou o mais próximo possível disso.
Considere também o equilíbrio entre dados internos e externos. Os dados proprietários são obviamente incrivelmente valiosos porque, por sua própria natureza, apenas sua empresa tem essas informações. No entanto, dados externos como dados de mídia social e outros estudos podem ser especialmente úteis na previsibilidade de cenários.
Crie uma Estratégia
A inteligência artificial generativa traz consigo implicações significativas para o mundo dos negócios. Diante disso, é necessário reexaminar a estratégia global da empresa para assegurar sua relevância contínua e ajustá-la de acordo com as oportunidades excepcionais apresentadas pela IA generativa. Isso implica em uma análise minuciosa do potencial impacto da IA generativa nas operações comerciais, nos produtos e serviços oferecidos, e até mesmo no modelo de negócios subjacente. Posteriormente, é essencial atualizar a estratégia de negócios para se alinhar a essa nova realidade.
Este é um ponto onde a matéria da Forbes deixa a análise um pouco vaga. Criar um mapa de utilização de IA dentro da empresa como um todo e observar o impacto disso tanto na produtividade, quanto no resultado, é o bom caminho estratégico.
Crie um infraestrutura adequada de IA
Manter redes rápidas e seguras é chover no molhado. As ferramentas adotadas de IA deverão se fundamentar sobre este alicerce.
Você pode aproveitar ferramentas prontamente disponíveis como o ChatGPT ou seu modelo de linguagem GPT-4, mas terá que considerar as possíveis implicações de privacidade, problemas jurídicos, etc. No mínimo, esteja sempre ciente se as informações que você insere são usadas para treinar os modelos de linguagem e serão compartilhadas com outros usuários. Organizações de porte podem optar por criar sua própria versão segura do GPT-4, mas isso pode não ser viável, exige alta expertise.
Existem excepcionais ferramentas no mercado de IA, surgem aos montes dia após dia e até softwares convencionais está se valendo da popularidade alavancada pelo nome IA Generativa, trends vendem. Novamente os especialistas em IA podem recomendar opções eficazes ao compor o setup de ferramentas que trabalharão a entrada eficiente da empresa no universo da IA.
Texto com informações da Forbes e intervenções de Osmar Lazarini, arquiteto de soluções da Trampo.