Passado o fuzuê das eleições para deputados e senadores, já e possível fazer o rescaldo e tirar proveito das lições aprendidas sobre marketing político digital em 2018.
Trabalhamos muito e colhemos resultados positivos sempre que conseguimos manter a estratégia correta nos trilhos, o que por vezes nem é possível. Encaramos os resultados negativos quando lutamos contra o fator tempo e a inércia de algumas candidaturas.
Das lições aprendidas nas Eleições 2018 destacamos:
Boas companhas políticas digitais levam tempo para amadurecer
Conforme alertamos através das nossas postagens frequentes ao longo de 2017 e 2018, a boa campanha digital não se faz da noite pro dia. Não é um estalar de dedos com impulsionamentos para que o resultado ecoe como mágica.
A boa campanha obedece etapas que necessitam ao menos um ano de trabalho: Construção de imagem, aderência e conversão.A maioria dos clientes ficaram aguardando as tardias convenções partidárias e a chegada do fundo eleitoral. Definitivamente, não há milagres que se possa fazer com 30 dias de campanhas. A internet é uma ferramenta poderosa demais para ser usada apenas como uma acessório complementar.
Não se transpõe a campanha política off-line para o digital
Vídeos com cara de horário político, santinhos, feliz dia do pedreiro, fotos da carreata, etc. Este tipo de conteúdo não se impulsiona. O material digital deve ser pensado exclusivamente visando o targeting.
Saiba segmentar públicos, muito e muito bem
Segmentação agressiva: produzir conteúdos voltados a públicos e não a regiões. Os filtros do Facebook são poderosos o suficiente para que busquemos atingir o público exato consumir de um conteúdo premium, ao invés de gerar conteúdo genérico para cobrir uma ou poucas regiões.
A inconfiável legislação
O TSE e o Facebook são caixinhas de surpresa! As regras quase nunca são claras. Um simples burocracia de validar o perfil causou atrasos de até duas semanas em campanhas que já começaram tardias.
O marketing político digital é um dos grandes bons caminhos mas, ainda não é o único
O Marketing Digital ainda não faz milagres. Acompanhamos campanhas onde tudo parecia seguir o protocolo perfeito para culminar com a eleição do candidato mas que não chegaram no volume necessário de votos. Isto significa que há muito a amadurecer do ponto de vista técnico e sobretudo no estratégico. A boa notícia é que candidaturas sem nenhum potencial aparente puderam beliscar o sonho de mandato.
Conteúdos políticos não sofreram rejeição nas redes
Os conteúdos políticos não sofreram rejeição! Pairava uma dúvida no ar de que conteúdos políticos pudessem vir a sofrer rejeição nas timelines e no âmbito digital como um todo. As pessoas estão mais aptas a discutir política e o comportamento dos conteúdos em matéria de engajamento foi similar ao das campanhas de empresas.
A polarização excessiva prejudicou performances com grande potencial
Fatores comportamentais como a necessidade de atender a um clima polarizado desequilibrou mais do que as campanhas limpas e propositivas. Ou seja, a democracia requer amadurecimento, antes que o Marketing Digital consiga mostrar toda a eficácia.
Os recursos digitais foram mau utilizados
O conteúdo intelectual sobre o que fazer já existe e está correto, no entanto, a maioria das campanhas pecaram pela ausência criativa e propositiva. Em sua grande maioria houve mau ou sub-uso das ferramentas disponíveis.
Apesar de uma campanha política digital custar uma fração do que custam as campanhas off-line, a incerteza, o desconhecimento e a ausência de juízo de valor levaram a uma precária utilização. O improviso veio à tona com equipes sem as qualificações necessárias.
Não foi a eleição do Whatsapp, nem das ferramentas de BI, nem dos memes virais.