Sabe o último desagravo do Instagram? Aquele de ocultar likes em massa e só permitir que o próprio dono da conta visualize esta informação? Pois bem, isso chega ao Facebook nesta sexta (27). Segundo eles, por enquanto ainda não afeta todas as contas e países.
O Facebook não deixa muito claro os objetivos, põe um porta-voz para falar umas frases um tanto enigmáticas e acham que estão explicando tudo. – Dizem que é para deixar a rede mais confortável para os usuários se expressarem, aumentar a concentração na qualidade dos conteúdos ao invés da guerra sensacionalista dos likes e fake news.
A nossa opinião tanto de especialistas como de usuários, é de que há muitos objetivos velados ao se fazer um movimento dessa grandeza, afinal na visão turva da maioria dos usuários, a popularidade de um conteúdo – e subjetivamente a qualidade – se mede na quantidade dos likes, reações, comentários e compartilhamentos.
Ocultar likes respinga nas marcas que anunciam no Facebook?
Um mudança deste porte visa testar a reação das marcas que anunciam diariamente no Facebook, por exemplo. Marcas enfrentam a rejeição de publicidade nas redes e a plataforma é majoritariamente voltada para a aderência de imagem e as empresas anunciam para ganhar popularidade, aderência, conscientização, já que conversão em vendas não é a seara do Facebook.
A medida precisa ser acompanhada com atenção pelas empresas de marketing digital que vem evitando ao máximo os investimentos sociais pela deslealdade com os anunciantes, as estimativas sempre imprecisas de alcance e pior, a constante redução do alcance.
O Google calibra todas suas em conversão em vendas ao invés de aderência de imagem. Ao valorizar o conteúdo em detrimento das reações o Facebook pode estar buscando morder uma fatia do mercado da conversão que hoje funciona muito mais pela confiança no bom conteúdo, do que pelo volume de reações.
A medida vem chancelar ainda mais a força já conhecida do marketing de conteúdo. O conteúdo de qualidade se firma como a boa saída para o mercado publicitário que vem definhando e perdendo força na mídia ortodoxa. Se o Facebook quer reinar como canal de massa, precisa fugir do caminho de ambiente chato e competitivo que vem se tornando. Virou uma verdadeira rede de intrigas planejadas e manipuladoras.
A mudança já conhecida no Instagram também nos leva a observar o quanto o Facebook usa a rede como laboratório. Por ser uma plataforma mais leve, visual, resumida e focada em estilo de vida, vem dragando usuários oos milhões do carro-chefe Face, embora quem sustente a operação ainda seja os milionários impulsionamentos de publicações do Facebook Business.
Quer saber outros efeitos colaterais não divulgados?
Os influencers perdem muito de sua notoriedade, perdem um pouco do poder de tomadores de share publicitário. A que marca interessa um influencer que não pode ter sua notoriedade chancelada pela quantidade?
O besteirol que rende likes aos montes não vai acabar, mas pode sim diminuir bem e isso já é um alento para os usuários da rede.
Há os que dizem que sem exibir as reações em massa reduzem o stress competitivo da rede. Acho bobagem mas sei lá.
Convenhamos, a delícia da socialização com pessoas de todas as épocas das nossas vidas há muito perdeu seu frescor. O Facebook precisa mesmo deixar de ser uma ferramenta palanque e passar a ser um veículo de bom conteúdo.
Da para se aprofundar ainda mais no Tech Crunch (em inglês)