Para quem estranhou o título, obviamente é uma brincadeira com o material inicial para que um candidato a vereador possa cuidar da sua própria campanha.
Foi uma frase ouvida em uma reunião se referindo a site, identidade visual, criação das redes, logo, material produzido para ser veiculado, enfim, fazendo uma analogia com os tempos dos impressos. É como se fosse o santinho, o folder, o jornalzinho.
Enfim, o que seria o “enxoval” digital perfeito para um candidato a vereador?
É preciso entender que campanha política não é um improviso qualquer. Campanha requer tática, estratégia, conteúdo, material gráfico e artístico. O pré-candidato a vereador precisa convencer as pessoas a votar nele.
- Boas fotos: se não sabe fazer contrate um profissional;
- Uma biografia: um dos pontos que o eleitor busca é saber quem é o candidato, qual a sua história. Convém informar que não é qualquer um que consegue escrevê-la de um jeito interessante;
- Propostas, o que é muito diferente de promessas: Propostas são caminhos, visões sobre a cidadania e o poder público.
- Promessas são a cenoura do burro, não servem para convencer, apenas para enganar;
- Logo, será tão necessário assim? De qualquer forma ter uma marca com a qual as pessoas se identifiquem e ajudem a memorizar o nome é muito importante;
- Identidade visual, é o conjunto total de elementos visuais que levam a uma maior aderência de imagem.
Este mínimo acima ainda não configura um bom “enxoval’’, o candidato a vereador vai precisar de uma “cama”, ou seja, os canais de alcance e audiência.
- O site: Muitos o rejeitam, mas, um site com blog ainda é o melhor lugar para concentrar todo o conteúdo sobre a campanha, todos os outros canais conduzem publicações efêmeras. E mais, o site possibilita um bom ranqueamento pelo Google. Um a cada três eleitores buscam se informar politicamente via Google;
- Redes Sociais: Obviamente o Facebook e Instagram são movimentos obrigatórios, porém tem comportamentos diferentes de audiência. Erros básicos nas redes costumam custar a candidatura;
- Youtube: O segundo maior canal de busca, a nova TV, não pode ficar de fora. No entanto, é necessário ser conciso e interessante. Ninguém quer ficar assistindo discurso, consulte um profissional;
- Canais alternativos como Twitter, E-mail Marketing, TikTok, e outros são bem vindos e devem ser bem estudados.
Para quem pensar que acabou, ainda tem os canais de relacionamento.
Whatsapp, a grande estrela, o grande sonho político de popularidade e votos, não é nem de longe o melhor canal para se conquistr eleitores e votos. É um canal de relacionamento, ou seja, é onde você deve se comunicar com a equipe, espalhar conteúdos para os aliados já conquistados. Quer fazer WhatsApp em massa? Saiba que o risco de gastar dinheiro à toa é imenso.
Os inbox diversos de todas as redes sociais são bons canais para se comunicar com o eleitor.
Não se canse, ainda temos as ferramentas essenciais.
Mesmo as campanhas pequenas precisam ao menos de uma conta do Mlabs, Politiks, Yunki, RD Station. Nossa predileta é a Mlabs. Para que servem? Agendamento de publicações, relatórios, análises.
Para grandes campanhas, recomendamos fortemente uma ferramenta de análises de posicionamento digital. São ferramentas que monitoram suas ocorrências nas redes e a dos concorrentes. São importantes no auxílio à decisão. Stilingue, Torabit, V-tracker, são alguns bons exemplos.
É conveniente pedir auxílio a uma agência ou ter um profissional que seja apto a configurar e interpretar os resultados, do contrário é contraproducente. Bom para vereadores e prefeitos em cidades acima de 500.000 habitantes.
A que conclusão se chega após ler tudo isso? Apesar de parecer um caminho cômodo para fazer uma campanha política, os meios digitais não são tão simples. Eles não podem ser improvisados. Requerem planejamento, investimento e todo o esforço que uma campanha convencional demanda.
São comuns os pedidos de pacotes de marketing digital, e é nosso dever alertar sobre vários perigos das campanhas digitais:
- Improvisar não é fazer campanha;
- Não é por ser digital que tem que ser barato. Quanto mais profissionalizada e completa, maior o custo;
- Estratégia é necessário, poucos sabem, muitos a acham que sabem;
- Apostar em um ou poucos canais é um erro bem comum. Desde que o marketing é marketing, conversão é o resultado somado de pequenos sucessos em vários canais;
- Cada vez mais, a política é de quem tem pensamento estratégico e boas intenções verdadeiras. Se aventurar sem planejar definitivamente não é um bom caminho;
- Tempos e movimentos, deixar pra última hora nunca foi boa estratégia.
Este é um bom “enxoval” de conhecimentos, um check list. Acima de tudo isso vem o real trabalho.
- Definir públicos e impulsionamentos, geolocalizações;
- Monitorar e tomar decisões;
- Diagramação das peças;
- Gravação e edição dos vídeos;
- Produção de textos para todos os canais;
- Cuidados específicos para com a legislação. Erros raramente passam impunes;
- Elaborar e lapidar os conteúdos é o melhor caminho desde o começo.
Se o candidato a vereador se sentir apto a executar o projeto acima, são grandes as chances de sucesso no pleito. E claro, se aplica a candidatos a prefeito também!