Marketing Político Digital, quando começar a campanha para 2020?

A política é um organismo vivo, em constante, não se pode ater a datas ou procedimentos. As movimentações para o próximo pleito já aparecem e quem almeja um cargo eletivo precisa montar o argumento de campanha digital o quanto antes.

O marketing político digital por sua vez também é uma ciência em constante movimento e que depende intimamente do tempo à seu favor para que se obtenha resultados efetivos.

Então, se você chegou a este post esperando uma data para começar sua campanha a vereador ou prefeito em 2020, a notícia é que você deve estar atrasado. Mas, calma! Há tempo pra tudo.

Marketing Político Digital x Marketing Digital

A primeira coisa a deixar claro é que o marketing político digital em quase nada difere do marketing que se pratica para a maioria das empresas. Ele é o resultado do conjunto de ações que se pratica ao longo do tempo no intuito de fixar uma ideia ou uma marca e com isso atrair a atenção e a confiança em determinada ação, seja uma venda, um voto, uma contratação.

Porque o marketing político digital depende de tempo? Não pode ser feito só durante a campanha?

Propaganda eleitoral pode ser feita apenas durante o período eleitoral. Marketing político digital difere da propaganda, embora suas ferramentas possam ser usadas na propaganda também.

No marketing político digital o que conta são os resultados de longo prazo. SEO, por exemplo, que é a otimização para buscas depende inteiramente do tempo de análises e ranqueamento pelo algoritmo do Google, o trabalho minucioso das palavras-chave de interesse, depende de um site bem estruturado e conteúdo bem elaborado. Isto não se constrói da noite para o dia.

Outro exemplo são as redes sociais, se o candidato não publicar itens que sejam de interesse das pessoas como as pessoas vão se interessar por ele? Como popular uma fanpage para que tenha seguidores suficientes à ponto de se conseguir um bom alcance de publicações em tempo hábil?

Porque é preciso iniciar o marketing político digital o quanto antes?

Um dos grandes motivos para iniciar a publicação de conteúdo de interesse público antecipadamente é obter massa crítica na fan page que possa ser trabalhada independente das mudanças de regras no TSE. Nas eleições de 2016 o TSE não permitiu as publicações impulsionadas durante a campanha, já durante o pleito de 2018, esta ação de marketing foi permitida.

Quando permitidas as publicações incentivadas, temos um ótimo mecanismo de alcance. Quando coibidas, temos que usar de alcance orgânico e isto só é possível se houver boa massa crítica retida: contatos, seguidores, celulares e outros dados.

O que é alcance orgânico e alcance pago?

Muita gente ainda não consegue entender o mecanismo de alcance das ferramentas como Facebook e Instagram, então vamos lá:

Alcance orgânico é a quantidade de timelines que uma publicação consegue atingir sem que seja impulsionada.

Por outro lado, alcance pago é a quantidade de timelines a que uma publicação é capaz de ser exibida de acordo com a verba de patrocínio e filtros de interesses definidos para ela.

É bom lembrar que em uma fan page, qualquer conteúdo orgânico publicado aparece entre 2 e 3% de sua base de seguidores. Este número já foi maior mas, o Facebook vem continuamente reduzindo o alcance orgânico de publicações profissionais, supostamente para privilegiar o conteúdo de usuário.

Sabemos que na verdade o Facebook é um negócio como qualquer outro, dedicado a gerar lucros para seus acionistas.

Outro ponto a salientar é que as publicações pessoais, aqueles feitas no próprio perfil, também enfrenta as mesmas limitações de alcance.

O algoritmo do Facebook e do Instagram tem suas regras preservadas e “julgam” a qualidade das postagens para que tenham maior ou menor alcance, mas raramente chegam a 5% da sua base de amigos, que no perfil como sabem, limita-se a 5.000 pessoas.

O que pode ser feito previamente numa campanha de marketing político digital para prefeitos e vereadores

O que pode ser feito e independente do porte da campanha é a preparação adequada da infraestrutura digital.
No caso de campanhas de porte, como cargos à prefeitura de cidades de grande porte, acima de 500.000 mil habitantes são os estudos de posicionamento estratégico digital de uma candidatura. Se um candidato tem o nome razoavelmente conhecido, é possível gerar relatórios de efetividade, assim como de tendências, apontando a aceitação ou não de um nome.
Outros serviços profissionais são:

  • Monitoramento de redes sociais;
  • Gestão de crises;
  • Análise de campanhas;
  • Identificação de micro-influenciadores;
  • Pesquisa e tendências de mercado;
  • Análises de concorrência.

Qual a infraestrutura ideal para uma boa campanha eleitoral digital?

Apesar de mutável, existe um setup básico de ferramentas que não podem faltar em uma campanha e que devem obrigatoriamente ser preparada com a maior antecedência possível.

  • Fanpage;
  • Instagram;
  • Ferramenta de disparo de e-mail marketing;
  • Web site profissional com retenção de dados do visitante;
  • WhatsApp de campanha;
  • Canal no Youtube;
  • Ferramenta de automação de marketing;
  • Ferramenta para crescimento da base do Instagram.

Ok! E depois da infraestrutura, como começar minha campanha eleitoral digital desde já?

  • Pense em um argumento de campanha;
  • Se for algo que você já faz e que pode servir ao coletivo, muito bem! Senão é preciso que você tenha um propósito e se dedique a ele. As vagas no legislativo e executivo municipais dependem de intenção real e verdadeira;
  • Não finja;
  • Jogar limpo desde o começo é uma maravilhosa arma de marketing. Deixe claro o que você quer ser e o porquê;
  • De posse das ferramentas do item anterior, vai ser preciso produzir material contendo o propósito.
    Esse material deve ser em texto, vídeo, imagens. Quanto mais variado, regular e interessante para as pessoas, melhor para a sua campanha que às vésperas do pleito, terá um arsenal de bons conteúdos já avaliados e absorvidos.

E agora algumas recomendações sobre o que não fazer em uma campanha des marketing político digital

  • Centralizar em apenas um canal;
  • Já ouvi gente dizer que vai focar no Whatsapp. Erro primário. Apostar em um único canal é expor-se a acidentes. Uma mera regra do TSE que invalide a ação e tudo pode ir por água abaixo. Qualquer campanha de marketing é, por essência, multicanal;
  • Conduzir a campanha digital de maneira amadora;Ok, ninguém é obrigado a contratar uma agência ou um profissional do ramo. Não estamos querendo ser conducentes mas, é possível ao menos contratar uma consultoria para que você não saia queimando logo na largada. Outra ação economicamente possível é contratar um treinamento para equipes de campanha. O marketing digital é um recurso onde improvisar é um mau negócio;
  • Trate o marketing off-line de maneira separada
    É um erro comum e já foi alertado várias vezes no nosso blog de que tentar transpor o marketing político off-line para o ambiente on-line é uma péssima ideia;
  • Pressuposto fatal
    Pressuposto fatal é uma espécie de “achismo”, achar que é de um jeito quando na verdade o modo certo é completamente diferente;
  • Deixar para última hora
    99% dos candidatos deixa a campanha digital para a última hora simplesmente porque acham que assim vão economizar. O 1% restante fica esperando as prévias partidárias, que geralmente são tardias.
Pular para o conteúdo